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  • Foto do escritorAdriana Tanese Nogueira

MÁSCARA OU NÃO MÁSCARA: ESTA É A QUESTÃO

Tempos difíceis os nossos. Quem iria imaginar? Ninguém poderia prever que iríamos viver numa situação como essa em que estamos todos à mercê de um vírus invisível, altamente contagioso, e ainda totalmente incontrolável. Estamos, como já foi dito, numa roleta russa pois não basta tomar precauções, é preciso ter... sorte?

Mas não vamos perder a cabeça cedendo à ansiedade. Em tempos esquisitos como este é preciso manter a cabeça no lugar, o que se faz focando no presente e seguindo o famoso “orai e vigiai”. Precauções demais tornam a vida insustentável. Há quem lave toda a mercadoria que traz para casa do mercado, incluindo os saquinhos de plásticos. Há quem troca toda a roupa na entrada de casa. Há quem tendo bebido um pouco demais, entra em casa completamente pelado, as cuecas deixadas nos degraus de casa. Há quem desinfeta as patinhas dos cachorros com álcool gel (coitados, basta água e sabão) outros (pasmem!) com água sanitária. Há quem não sai de casa para nada e tem os que vivem grudados nas notícias se projetando num futuro sempre mais tenebroso...

Estamos numa situação precária, concordo. Situação que pode durar ainda muitos meses. O que há de se fazer num momento como este? Focar no presente (sem deixar de ter noção do entorno e do futuro imediato) para não deixar a mente vagando demais. Precisamos é armazenar força, esperança, cabeça fria para chegarmos ao fim dessa jornada. Uma hora vamos voltar à normalidade. Uma hora tudo terá passado e... será que teremos aprendido alguma coisa?

Enquanto nos preocupamos aqui com a sobrevivência nossa e dos entes queridos, há quem não suporta usar a máscara. Os motivos? Por que dá a sensação de sufocar? Muito pior é o sintoma de sufocamento provocado pelo Coronavírus. Por que não se acredita na existência do covid-19 ou por que não se acha, como ouvi um cliente reclamar demoradamente num 7 Eleven, que não adianta usar uma máscara? Nesse caso, por que os profissionais de saúde usam máscara há décadas? Gostaria de entender a lógica desse raciocínio. A resposta mais plausível, psicologicamente fundamentada, é que a pessoa não quer usar a máscara porque não quer acatar, conviver, levar em consideração a realidade na qual todos estamos mergulhados. Ou seja, a pessoa prefere fazer de conta de nada, não quer levar a sério, rejeita sentir-se ameaçada, rechaça essa possibilidade... portanto, nega a seriedade do perigo que estamos enfrentando há meses.

Pessoas com transtornos psicológicos, com tendência a crises de pânico ou com estados profundos de insegurança que na realidade normal conseguem passar despercebidos podem estar agora se sentindo ameaçadas por conteúdos interiores, emoções fortes, que não conseguem controlar. Logo, o uso da máscara desencadeia sensações internas que precisam ser mantidas longe da consciência. Assim, evita-se a máscara. Usar a máscara significa reconhecer um perigo sob o qual não se tem controle, isso pode acionar a precariedade psicológica latente e o medo reprimido, desencadeando reações intoleráveis. Por isso, se agarram à crença de que “não é tão sério assim” ou que “a máscara não serve para nada”. Não importa o que é real, muito menos o que é científico. Nesses casos só importa o que a psique consegue sustentar. E se encarar um vírus potencialmente mortal espreitando em qualquer lugar, em família, entre amigos, no trabalho, na academia, na rua enquanto se passeia com o cachorro, for insuportável, nega-se o conjunto todo dos fatos e se finge que a realidade não é desagradável como é.

Entre os dois extremos, voltemos ao “orai e vigiai”. “Orai” porque quando não se tem controle precisamos ter fé e pensar positivo. “Vigiai” porque, entretanto, é preciso tomar cuidado, protegendo-nos o mais possível sem obsessões. Olhando para o presente e reformulando nossa vida de acordo para que possamos continuar nos sentindo ativos e produtivos. É hora de resgatar antigos sonhos, desejos, hobbies. É hora de estar mais com os filhos, com a família, e, last but not least, consigo mesmo. Um pouco de meditação, mais livros e menos Facebook e Instagram, mais artesanato, jardinagem, passeios de bicicleta... com uma máscara no bolso para quando for preciso!

Adriana Tanese Nogueira - Psicanalista, filósofa, life coach, terapeuta transpessoal, intérprete de sonhos, terapeuta Florais de Bach, autora, educadora perinatal, fundadora da ONG Amigas do Parto (www.asmigasdoparto.org), do AELLA - Instituto Internacional Ser&Saber Consciente (www.institutossc.com) e do ConsciousnessBoca.com em Boca Raton, FL-USA. +1-561-3055321




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