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  • Foto do escritorAdriana Tanese Nogueira

PENSAR E JULGAR

Todos queremos um mundo novo, uma realidade mais humana, mais fácil e agradável. Queremos mais garantias para nós e nossos entes queridos. Percebemos que o mundo muda constantemente e temos dificuldade de mantermo-nos atualizado, são tantos os detalhes, tantas as variáveis. As informações aumentando a cada minuto, trabalhamos o tempo todo e não temos as condições para aprofundar os assuntos. Entretanto, precisamos tomar decisões, precisamos fazer escolhas e para isso é preciso saber o que é melhor para nós. Como proceder nessa correria e confusão que é a vida atual?


Quando não temos como saber tudo, ter consciência de que o nosso conhecimento é limitado já é um grande passo. Essencial.


Se queremos ser minimamente objetivos, devemos admitir que não temos como ter conhecimento completo a respeito de nada, nem mesmo daquilo no qual nos achamos especialistas. Essa humildade no começo de conversa é indispensável porque ela nos leva a encontrar o caminho.


Pelo fato de sabermos que não sabemos vamos ter que pensar.


Quando temos certeza de alguma coisa julgamos. Julgar é como aquilo que faz o juiz quando decreta uma sentença: com base na lei, nos argumentos e nas evidências, ele chega a uma conclusão e emite, portanto, um julgamento. Mas nós, que vivemos a vida ao vivo, no dia-a-dia, no meio de amontoado de informações, frequentemente conflitantes, não temos como julgar coisa nenhuma. Nós estamos mergulhados na vida e nela há tanto o conhecimento quando as emoções, há tanto o que vale para todos quanto o que interessa a mim...


Concordo que é uma tentação danada chegar lá e simplesmente afirmar isso ou aquilo, com aquele sentimento (totalmente fictício, sabemos, mas fingimos que não o sabemos) de termos certeza. É gostoso “ter certeza”, nos tira um peso enorme das costas. Quem tem certeza não precisa pensar. É por isso que os simplórios de mente, julgam.


Pensar significa raciocinar em torno de hipóteses que podem ser ou não verdades. Pensar significa se deparar com a dúvida que gera incerteza, que pode levar à angústia, que enfim nos deixa confusos! Pensar sem critérios é complicado assim mesmo. É preciso ter critérios, exemplo: O que é bom? Por que? Para quem? Quando? Até quando? O que é mal? Por que seria mal? Para que? Para quem? Até quando?


Pensar é avaliar a coisa de vários ângulos, sem medo e sem apego. Quando se começa a pensar não temos certeza de onde iremos chegar. A abertura mental, que é tanto disponibilidade mental como emocional, é imprescindível. Não posso pensar sobre se é melhor ir para a praia este final de semana ou no próximo quando eu estou morrendo de vontade de ir agora e não quero esperar uma semana! Encontrar uma justificativa para ir para a praia agora não é pensar, é racionalizar o desejo encontrando-lhe uma capa que parece razoável. É enganar(-se).


Para pensar precisamos também parar de acreditar que o mundo seja dividido em “bons” e “maus”. Só as crianças pensam assim. Este é mais um exemplo de julgamento porque se fosse verdade, e obviamente cada um de nós estaria no grupo dos “bons”, ficaria claro quem são os amigos e quem são os inimigos, como nos mover nesse teatro do mundo e... novamente não precisamos pensar.


Pensar é discernir, é separar o joio do trigo, é descobrir sombras onde achávamos que era só luz e esplendor. Pensar leva ao perigo apavorante de que possamos descobrir a verdade e que esta não seja exatamente o que achávamos que fosse...


Mas eis que o mestre nos lembra que “A verdade vos libertará”.



Adriana Tanese Nogueira - Psicanalista, filósofa, life coach, terapeuta transpessoal, intérprete de sonhos, terapeuta Florais de Bach, autora, educadora perinatal, fundadora da ONG Amigas do Parto (www.asmigasdoparto.org), do AELLA - Instituto Internacional Ser&Saber Consciente (www.institutossc.com) e do ConsciousnessBoca.com em Boca Raton, FL-USA. +1-561-3055321



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