top of page
  • Foto do escritorAdriana Tanese Nogueira

EGOCENTRISMO PATOLÓGICO E COMPLEXO DE INFERIORIDADE

Você conhece alguém que apresenta o comportamento de quem se sente superior aos outros? E certamente já conheceu alguém que mostra o oposto, que se sente inferior, não merecedor, não quer ousar, não ousa desejar… 



Complexo de superioridade e complexo de inferioridade são os extremos de uma única realidade, cujo centro é... o egocentrismo patológico.


Quando encontramos alguém que se sente superior é fácil de imaginar que a pessoa seja egocêntrica. Mas o que teria a ver o complexo de inferioridade com o egocentrismo?


Tanto um como o outro complexo são o resultado do sentimento de profunda fragilidade e inferioridade vivenciado quando crianças. Sentir-se inferior, frágeis e incapazes quando crianças é inevitável.


Nascemos tendo que aprender tudo. Para isso precisamos de um ambiente que nos dê suporte, que apoie nossos primeiros passos que nos ajude a crescer e a superar a inferioridade natural do ser crianças.

O que acontece quando esse ambiente não existe ou é falho? O que acontece quando uma criança não recebe o nutrimento emocional, intelectual e comportamental que permitem que ela se torne forte e competente?


O sentimento natural de inferioridade irá acompanhá-la pela idade adulta, tornando-se um obstáculo ao seu desenvolvimento e relacionamentos. E, para compensar, ela irá encobrir esse sentimento por uma casca protetiva: o sentimento de superioridade. Por trás de todo complexo de superioridade há um sentimento de inferioridade. Esta é uma lei tão certa quanto dois mais dois dá quatro. Procurem e acharão.


Ambos os complexos são uma reação natural ao vazio de valor inicial. Natural como é natural uma febre alta quando o organismo está infeccionado. 


Onde a suposta superioridade será buscada?

Nas posses e no poder social, na moda, na aparência, no corpo perfeito. E em todos os lugares onde a pessoa adquire uma crença, religiosa, espiritual, cultural que a faz sentir acima dos outros.

O que isso tudo tem a ver com o egocentrismo patológico?


Toda a criança é egocêntrica por natureza. Ela tem que ser. O mundo da criança tem que rodar em torno dela. Desta forma ela se organiza, de descobre e se estrutura psicologicamente. Uma criança não deveria estar preocupada com os problemas dos adultos. 


Agora, quando esta fase não for realizada de forma positiva e o ego infantil não tiver sido nutrido, o que era natural numa fase da vida é levado adiante nas próximas e por isso se torna patológico. Quantas vezes não vemos alguém que tem atitudes e reações infantis a despeito da sua idade?


No saudável egocentrismo infantil, a criança não discute ideias, pontos de vista diferentes. Ela não está interessada nisso. Ela busca uma interlocução que coincida com o que ela pensa e sente.


Os amiguinhos da infância são os que gostam das mesmas brincadeiras, que pensam e querem igual. Se não houver uma coincidêncir total não haverá amizade. O egocêntrico não se sente à vontade com a alteridade, não sabe processar o diferente e na infância isso é o correto. A partir da adolescência porém... já não é mais assim e manter esse padrão afeta diretamente os relacionamentos. 


“Geralmente, o egocentrismo patológico acoberta um individuo sensível que se desvaloriza se escondendo por trás de uma imagem grandiosa mas irreal. Apesar de se tratar de uma máscara que disfarça uma grande fragilidade, estes sujeitos exibem desdém e gostam de estar no centro da atenção.


Acreditam que privilégios e tratamento especial lhes são devidos. E reagem agressivamente se não lhes são concedido o que esperam (mesmo sem qualquer fundamento). ...Os outros são procurados para espelhar essa suposta grandiosidade que, sem confirmações externas, desmoraria.” (Francesca Cilento, Crescita-Personale.it).


73 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page