A minha trajetória no processo analítico começou muito cedo, quando eu tinha 16 anos...eu praticamente cresci nisso. Meu bacharelado foi em Filosofia porque respondia à minha necessidade de entender a “natureza humana”. Foi uma caminhada fantástica: a Filosofia traz o conhecimento universal sobre a vida e o ser humano. A Filosofia é uma reflexão sobre o sentido da vida. Enquanto estudava filosofia, fazia meu percurso em análise que me trazia uma visão sobre a realidade concreta, individual, íntima e profunda. Foi uma longa jornada que me permitiu ir mastigando o conhecimento que adquiria no plano dos conceitos universais (o mundo da Filosofia) e aqueles no plano da vivência imediata e psíquica (que é a psicanálise, sobretudo nessa linha pós-junguiana) Assim, fui , cada vez mais, percebendo, a partir da minha vida e reflexões, a relação entre as coisas que eu ia aprendendo e a realidade concreta da vida psicológica. E hoje, a tudo isso, se acrescenta a visão sobre a realidade social, inclusive, sob a perspectiva da psicanálise pós-junguiana de Silvia Montefoschi, em que não faz mais sentido separarmos a sociologia da psicologia.

Aos poucos, então, o que parece caos vai mostrando uma ordem interna, as peças do quebra-cabeça da vida vão se encaixando e começamos a enxergar. A visão clara traz paz, serenidade e segurança. Mas ela demanda do seu empenho. Não é um produto de supermercado. Você precisa se comprometer. Este curso Psicologia para a transformação da sua vida, é como um semestre de aprendizado na escola da vida psicológica, a partir da qual você alcança o que está buscando. Somente entrando profundamente no seu trabalho interior, abraçando a sua jornada de alma, é que você vai descobrindo as relações entre o que sente, pensa e faz, e o que o mundo à sua volta lhe apresenta. Não irá mais atuar a partir de estereótipos de comportamento e de mentalidades padronizadas e esclerosadas, conhecimento velho e embolorado; irá atuar a partir da vida real que, inclusive, vai mudando a cada momento. 

Eu cheguei nisso porque comecei muito cedo a me trabalhar, processando profundamente tudo o que vivia e o que a vida me trazia. Como diz a Montefoschi, tudo é material de conhecimento. Não há coisa mais importante e menos importante, mais séria ou mais boba. Tudo o que faz parte da sua vida significa alguma coisa. Na psicanálise pós-junguiana, a gente rastreia tudo o que acontece, desde eventos externos que nos tocam até a xícara de chá dessa noite que caiu e quebrou. É preciso encontrar o fio da meada. Sem ele, o conhecimento adquirido forma um conjunto de peças espalhadas e sem relação umas com as outras.