É curioso e intrigante pensar em vidas passadas. Todo mundo se pergunta que era. Um rei? Uma rainha? Um criminoso? Um profeta? Cartomantes leem suas vidas passadas nas cartas e intuitivos e videntes revelam suas encarnações. Você acha interessante, conta para os amigos, fica com aquilo na cabeça e ... E só.
Há um outro grupo de pessoas que não querem saber de vidas passadas. Em primeiro lugar, porque já bastam os problemas desta vida. Por que procurar mais sarna para se coçar? Em segundo lugar, porque não acreditam: como comprovar? A vida é agora. É preciso resolver as questões do presente e não fantasiar acerca de razões num longínquo não demonstrável passado...
Um posicionamento balanceia o outro. Vidas passadas não são uma brincadeira, não é diversão. A terapiade vidas passadas é um processo que emerge durante a terapia individual como necessário e inevitável. Não há glamour, nem no caso de você ter sido uma rainha ou um rei. Quando nos deparamos com nossas vidas passadas estamos num processo de curae esta é a únicarazão pela qual temos que enfrentar essas experiências. Ninguém procura as vidas passadas, são elas que nos perseguem.
Por isso, não faz sentido ter “revelado” por terceiros quem fomos. Se não tiver um efeito transformador da nossa realidade, se não sentirmos na peleaquela vida, é pura abstração que, aliás, serve mais para confundir e desviar do caminho do que para curar alguma coisa.
A terapia de vidas passada é, em primeiro lugar, uma terapia. Ela surge como uma necessidade quando, após trabalhar em terapia as questões dessa vida, nos deparamos com algo que é como um caroço que não desmancha, que não se consegue superar. Ambos, terapeuta e cliente se dão conta que há algo que foge à compreensão. É então o momento de olhar além. Muitas vezes os sonhos abrem o caminho.
É importante fazer o trabalho sobre esta vida antesporque desta forma desenvolvemos o discernimento mínimo para perceber com mais clareza o que pertence ao passado. Uma sessão de regressão implica a capacidade de olhar para dentro de si, não no sentido de se analisar, mas de deixar que as imagens interiores emerjam.
A linguagem da psique é feita por imagens. A psique não fala por palavras, não é racional. Ela fala via imagens. Precisamos acessá-las, calar nossa racionalidade e deixar sair. Assim penetramos naquele outro mundo que nos pertence sem que o saibamos.
Uma regressão de vidas passadas começa geralmente com um sentimento e uma sensação, muitas vezes física. Como na vida presente, nossas memórias se apresentam na forma de uma sensação, cheiro, percepção, visão, sentimento, objeto, ambiente... Assim é para as recordações de outras vidas. As primeiras imagens são um gancho carregado de significados que durante a sessão são desvendados. Como um cenário que vai se abrindo, vamos descobrindo aos poucos uma história. Geralmente, não é a que esperávamos ou imaginávamos.
Como saber se é verdadeira? Porque você sente que é, você chora, você rir, você ama, você tem medo, você odeia, você tem raiva, você deseja... você está lá!Você precisa, por acaso demonstrar que a lembrança que você tem de criança ou do ano passado é sua? Como você sabe que é sua? Porque você a sente dentro de si, se reconhece nela, é parte de sua identidade. Consegue sentir ainda o mesmo sentimento. Você sabeque é sua. O mesmo é com a vida passada que chega até você.
A partir daí, fazemos terapia. Vamos naquela vida para curar aquela vida. Curando aquela ferida, curamos a de hoje. E fechamos finalmente um capítulo.
Adriana Tanese Nogueira - Psicanalista, filósofa, life coach, terapeuta transpessoal, intérprete de sonhos, terapeuta Florais de Bach, autora, educadora perinatal, fundadora da ONG Amigas do Parto, do Instituto de ensino à distância Ser e Saber Consciente e do ConsciousnessBoca.com em Boca Raton, FL-USA. +1-561-3055321
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